Reflexões 05/10/2012

A Era do Conteúdo Perdido

Uma vez um professor me contou a parábola da Caverna Só depois fui saber que aquele era um texto famoso de Platão Li e reli em diversas oportunidades...

Uma vez um professor me contou a parábola da Caverna. Só depois fui saber que aquele era um texto famoso, de Platão... Li e reli em diversas oportunidades. Quem já leu sabe que esse é um daqueles textos que permitem associação com diversas situações. Posso estar indo longe de mais nisso, mas vou associá-lo a uma característica bem presente do Marketing Digital.

Os precipitados que me perdoem, mas o Marketing Digital ainda engatinha. Tem o que? Vinte e poucos anos? Menos, talvez. Em termos de conceituação ele ainda está naquela fase dos ufanismos, em que ainda é proclamado como a salvação para todos os problemas causados pelo Marketing Tradicional. Isso passa! Se esse for realmente um campo capaz de dar 1% dos resultados prometidos, mais cedo ou mais tarde alguém vai ter que falar muito seriamente sobre ele. Fazendo as devidas críticas, inclusive. Aliás, acho que as críticas representam o principal indício da maturidade de uma ideia.

Então, sim! Farei uma crítica a uma tendência do Marketing Digital de hoje. E bem na semana em que a rede social "bola da vez" anunciou orgulhosamente a conquista de 1 bilhão de usuários em todo o mundo. Mas vamos partir do começo: a ideia de Marketing Digital surgiu como uma estratégia de Promoção dentro do Marketing Tradicional, até que se descolou dessa origem e se tornou um campo estratégico basicamente alheio aos conceitos tradicionais. Assim o Digital conquistou autossuficiência gerencial, mas ainda é carente no campo teórico.

Esse descolamento do Marketing Tradicional se dá a partir do momento em que as marcas percebem que o conteúdo que geram é mais do que simples Promoção. Ela faz parte do Produto. As coisas que uma marca publica na internet estão mais para atributos do produto do que para propagandas.

E o que as marcas fazem quando criam bons produtos? Os protegem! Registram patentes, registram seu nome como propriedade industrial... Eles se tornam patrimônio de seus detentores, pois realmente possuem valor.

E o que as marcas fazem com os atributos digitais que criam para seus produtos? Os desperdiçam! Usam aleatoriamente ferramentas dos outros, para atingir usuários dos outros e acabam gerando resultados para os outros.

A facilidade das redes sociais estão iludindo muitos profissionais a confiarem cegamente nelas. Os engenheiros das redes sociais são especialistas em criar essas facilidades e eles realmente conseguem nos persuadir de que aproveitá-las sem medo é o melhor a se fazer. Mas será que estrategicamente essa é uma boa decisão? Para onde vai o conteúdo que as marcas publicam nas redes sociais? Qual será a relevância dele no dia seguinte? Quem lembrará?

Conteúdo é patrimônio. É atributo da marca. Precisa ter memória, precisa permanecer acessível. Que se usem as redes sociais. Amplamente! Afinal é lá que o consumidor está. Mas tire-os de lá. A rede social tem 1 bilhão de usuário, mas a marca que publica conteúdo lá tem quantos? Nesses ambientes feitos para serem fáceis, seguir e deixar de seguir não é uma variável controlável.

Assim como na Caverna de Platão, o "está bom como está" está para o marketing como uma grande armadilha. Então é preciso desarmá-la. Publique todo seu conteúdo do jeito fácil e os acionistas das redes sociais agradecerão. Publique seu conteúdo em ferramentas próprias e vá até as redes sociais buscar usuários para você e seu caixa agradecerá.

SOBRE

Meu nome é Sergio Mari Jr. e esse é meu blog pessoal.

Sou publicitário e relações públicas especialista em mídias digitais. Sou professor universitário e consultor em marketing digital.

Curso doutorado em Ciência da Informação na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Pesquiso as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e processos de informação e comunicação nas mídias digitais.

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