Sempre gosto de lembrar que nós brasileiros fazemos a maior confusão com os termos internet e web. São duas coisas diferentes que a gente trata como se fosse uma só.
A internet é a tecnologia que permite a interconexão, à distância, entre redes de computadores. Ela foi criada na década de 1960 como uma das reações militares dos Estados Unidos à Crise dos Mísseis de 1962.
Antes dessa tecnologia os computadores que estavam em um mesmo local físico podiam estar ligados via cabo em uma rede local. Mas não era possível conectar essa rede com outras redes de outros locais. Quando essa possibilidade foi criada, ganhamos a internet.
Mais tarde, em março de 1989, Tim Berners-Lee, que era um funcionário do CERN - Centro de Pesquisas Nucleares da Europa, publicou uma proposta que possibilitou a criação, dentro da internet, da World Wide Web, que hoje conhecemos como simplesmente web ou www. Trata-se daquela parte da internet que acessamos via navegador. Onde estão os sites, redes sociais e sistemas online que usamos todos os dias.
Tim Berners-Lee
Pois bem, a WEB passou por uma transformação importante após a virada do século XX para XXI. O estouro da bolha financeira da web provocou profundas mudanças no modo como encarávamos a rede.
Uma pessoa que compreendeu bem essas transformações foi Tim O'Reilly (São dois TIMs e eles estão muito parecidos nessas fotos. Não confunda! rss).
Tim O'Reilly
Ele publicou um artigo em 30 de setembro de 2005 entitulado "What Is Web 2.0" (O que é Web 2.0). Chamar essas mudanças de Web 2.0 foi uma sacada genial e por isso a ideia logo se tornou popular. Hoje já se fala em Web 3.0 e até 4.0, sabe-se lá o que isso significa.
Mas vejamos os pontos que O'Reilly levantou para caracterizar a Web 2.0:
1. A Web como plataforma: a web deixou de ser um lugar para simplesmente se publicar páginas para se tornar uma plataforma para a integração de sistemas.
2. Aproveitamento da Inteligência Coletiva: a web fez com que a internet deixasse de ser simplesmente uma rede mundial de computadores para se tornar uma rede de pessoas. A web 2.0 potencializa o papel das pessoas, dando-lhes protagonismo na construção de soluções e na condução do conteúdo.
3. A importância dos dados: com a web 2.0 a coleta, armazenamento e gerenciamento de dados se tornaram uma das mais importantes atividades.
4. Fim do ciclo de lançamento de software: com a participação das pessoas, engajá-las na construção dos softwares se tornou fundamental. Dessa forma deixou de fazer sentido desenvolver um software sozinho e depois lançá-lo como uma nova versão. Na web 2.0 o desenvolvimento é contínio e os softwares estão constantemente sendo atualiados de acordo com o desenvolvimento da tecnologia e o interesse dos usuários.
5. Modelos de Programação Leve: como os programas começaram a rodar na web, tornou-se necessário pensar em modelos mais leves de programação do que aqueles utilizados em sistemas pensados para o desktop exclusivamente. Agora as coisas precisam ser mais simples e mais leves.
6. Software multi-dispositivos: o mesmo software deve ser pensado para rodar em vários dispositivos. Computadores, tablets, celulares... O mesmo software precisa se adaptar ao dispositivo utilizado pelo usuário para estar presente em todos os lugares.
7. Experiência do usuário enriquecida: os sites, páginas e softwares online precisam proporcionar uma rica experiência para o usuário. Isso significa que o usuário deve ser colocado no centro das atenções e ele deve ser o protagonista de cada sistema, que precisam ser cada vez mais dinâmicos, envolventes e interativos.
Em anexo o artigo original para registro.